sexta-feira, 28 de junho de 2013

Bom dia, tudo em paz com você?

Esse foi o meu singelo sms pro carinha hoje cedo. Pra que eu inventei isso? Alguns minutos depois veio a resposta. Quase uma carta (rsrsrs)! Não vou reproduzir aqui, mas, em síntese, ao ler comecei a perceber que ele é do tipo “grude”. Sabe como, né?!

Ou ele está de férias ou de folga no trabalho... que coisa! Até a hora do almoço foram 5 mensagens! Respondi dizendo que estava muito ocupado, fim de mês, correrias, mais tarde escrevo melhor. Adiantou? Não! Será que ele não consegue perceber que essa estratégia em geral não funciona?! Ou será que funciona e eu é que sou “o ponto fora da curva”? Acho muito difícil de acreditar em alguém que, depois de uma transa, escreve algo do tipo: “não consegui dormir ontem!”.

Eu me considero tão fácil de entender. Sou o “cara dos tempos”... acredito muito que apenas o conhecimento mútuo, a convivência e a troca de ideias podem engendrar alguma possível história que tenha a chance de progredir. E ele escreveu coisas que, sinceramente, são totalmente inadequadas no nosso caso. Ou será que ele tá tão desesperado que acredita ser essa a forma correta de se conseguir alguma coisa?

Posso parecer meticuloso demais (até já me falaram isso... rsrsrs), mas pra mim o “day after” é mais importante até que o “dia d”. Eu comecei a encaminhar, pela minha mensagem matinal, uma estratégia, toda tipo início, bem início... Abortada agora.

Ah, na parte da tarde foram mais 6 mensagens! Não sei se funcionaria com vocês... comigo, decididamente, é a poeira. Baixando a nota... agora está em 5! (rsrsrs)


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Nota 8

Sexo é uma droga! (rsrsrs) Quer dizer, sexo só pelo tesão, sem afinidades, nem bem conhecendo a pessoa, é uma porcaria! Calma! Começando de novo. (rsrsrs) Eu acho que só é bom até uma “certa idade”, porque depois disso, quando acaba, não tem nada com que complementar. Hum, acho que não tá bom ainda... explicando melhor.

É óbvio que eu sinto falta de sexo. Na minha juventude (hora da saudade... rsrsrs) eu era bem “aficionado”. Namoro firme eu só tive um na minha vida, na época da faculdade. Ficamos uns dois anos. E eu percebi que estava acabando justamente quando eu comecei a procurar outras transas. Foi um fim até sem traumas, um desgaste natural, vamos dizer.

Quando eu conheci o meu anjo, foi um ano “na seca” (rsrsrs). Na verdade, teve um dia que eu não aguentei e sai com um carinha, mas depois (acho que foi a primeira vez) pintou um puta arrependimento, mesmo que eu ainda não tivesse nada oficial com meu amor. Começo a achar, relendo isso, que meu raciocínio tá um pouco prejudicado...

Começando de novo: sai com um carinha hoje! (fogos, aleluias!... rsrsrs) “Menos”, tá! Eu fui numa reunião após o almoço e, antes das 17 horas (digno de comemoração isso!) eu já estava liberado. Então resolvi fazer um happy hour comigo mesmo e fui até uma lanchonete bem badalada aqui de Pinheiros. Até que nem tinha tanta gente. Escolhi um canto mais confortável (sou o rei dos “cantinhos”... rsrs) e já estava me deliciando com um “x mais que tudo” quando noto, algumas mesas à frente, um belo rapaz, lá pelos seus 30 anos, olhando sorrateiramente pro meu lado.

Sempre achei bem fácil descobrir as intenções de certos olhares. Acredito que isso seja comum entre a gente. Então, depois de um tempo, decidi encarar. Olhei fixamente, mas resolvi deixar que ele tomasse a iniciativa. E não é que, após uns minutos, o carinha, na maior, veio perguntar se podia sentar à mesa comigo?! Ousadinho, né! O papo foi bem agradável, ele é arquiteto, inteligente, gostosinho (rsrsrs)... jogou todas as insinuações do mundo pro meu lado. E eu ali, firmão! Até que veio a pergunta fatal: onde eu moro?

Na verdade eu moro bem próximo da lanchonete. Mas achei melhor não falar isso. Com os dois de carro, acertamos de ir para um motel... quanta previsibilidade! Fomos no meu carro. Bem... sem detalhes tá! Senão vocês irão falar que eu escrevo me auto-promovendo! (kkkkkkkkk). Só quero dizer que, dada a minha “secura” atual, dei uma bela canseira nele! Trocamos telefones. Qualquer hora dessas resolvo se apago da minha agenda... ou não.

PS: Plagiando um blog que, sempre que eu leio, morro de rir... nota: 8 (kkkkkkkkk) 



quarta-feira, 19 de junho de 2013

Bem bobo isso

De onde eu moro, até o meu trabalho, com trânsito “normal” (fins de semana, ou altas horas da noite!... rs) eu gasto, no máximo, 20 minutos! Durante a semana... eu entro às 8 hrs e se eu sair de casa por volta das 7, com certeza chego atrasado. E se saio até no máximo 6:30, então chego às 7 hrs. Dá pra entender isso? É a lógica de São Paulo, só quem vive aqui consegue entender.

Então, como detesto atrasos (principalmente os meus!), sempre acordo antes das 6 para, pontualmente, sair até as 6:30. Na volta, saio às 18 hrs... isso se não tiver alguma reunião extraordinária, que, de tanto que acontece, nem merece mais o nome de extraordinária! Pensando em média, até chegar, tomar banho, arrumar as coisas pro dia seguinte (sou bem desses, que acordam feito zumbis e então preciso deixar tudo ajeitado de véspera), comer alguma coisa, já é quase 21 hrs. Das 24 horas que tem o dia, 15 eu vivo em função do meu trabalho... e, das 9 que “restam”, tirando as 7 de sono, sobram 2 para eu me dedicar a mim mesmo! É pouco, quase nada...

Esse é o “custo” para eu morar bem, ter carro do ano, comer bem. Isso sem “contabilizar” (esse meu viés... rsrsrs) os anos que ralei na faculdade, estudando à noite e trabalhando de dia, os anos do mestrado, os trocentos cursos de especialização, as horas extras, os fins de semana em viagem a serviço da empresa, etc, etc, etc. Pra que eu to falando tudo isso? Porque eu já cansei de ouvir, mesmo nas entrelinhas, de pessoas que acham que pra ter o que eu tenho não é preciso trabalho, muito trabalho, muita abdicação de tempo pra gente. Pessoas que acham que, como por milagre, as coisas se realizam. Mas esse nem é o motivo principal desse texto.

Tem horas, muitas horas, em que eu mesmo penso se isso tudo vale/valeu a pena! O não ter alguém com quem compartilhar tudo, até essas 2 horas diárias, traz uma tristeza tão grande, um vazio tão avassalador que é exatamente por isso que eu me questiono se faz sentido viver dessa forma. A minha sorte é que, pelo menos, não me sinto deprimido, só triste. Além de gostar do meu trabalho, porque aí sim seria complicado, não gostar do que se faz.

Ficou um post meio bobo, né! Escrevi enquanto as pessoas aqui do trabalho iam embora, pras suas casas ver o “jogo do Brasil”! Vou aguardar um pouco mais, com o trânsito normal, mesmo que seja a essa hora. Hoje terei algumas horas a mais pra mim. Vou me esticar no sofá e ouvir música. Adoro música...


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Complicado

Eu vivo num mundo de heteros. Tá certo, passo a maior parte do tempo no trabalho, gosto do que faço (sou até um pouco workaholic... rsrs) e quando tenho tempo pra pensar em mim mesmo, já é tarde e vou dormir. Fim de semana... já comentei aqui, não sou (nem nunca fui) muito chegado na vida noturna, principalmente em programas sozinho. Fora que tenho que fazer compras, organizar a bagunça que se arrasta no ap durante a semana. Sou caseiro, confesso!

Amigos. Amigos de verdade, aqueles que podemos contar a qualquer momento, eu tenho quatro. Dois são heteros, casados... dois são homo, sendo que um é casado. Sobra o Claudio (já toquei no nome dele aqui) e é justamente dele que eu vou falar um pouco mais. Hoje saímos pra um happy hour. A gente se conhece desde os tempos da faculdade, somos aquele tipo de amigos confidentes, sem segredos. Eu penso que sempre o vi como o irmão que eu não tive. Ele viveu toda a minha história de amor, me deu a maior força nos períodos pesados, acho que dá pra entender.

E, qual o problema? De uns meses pra cá eu venho notando alguma mudança no comportamento dele comigo. Eu até cheguei a imaginar que era um pouco cisma ou “paranoia” da minha cabeça! Hoje... olha, não é minha imaginação! Não sei se pela bebida (ele exagerou um pouquinho... e eu no suco de laranja: vida de “motorista da vez” em tempos de lei seca... rsrsrs), ou se pelo clima do lugar, um barzinho bem do tipo aconchegante, mas o fato é que a conversa, a proximidade, os toques de mão, os olhares... sei não!

E, qual o problema? O problema é que eu o vejo como irmão! Os meus gestos de carinho pra ele são como os que eu daria pra um irmão. Acho que ele tá confundindo tudo! Teve uma hora, ele se aproximou tanto... quando me dei conta do que ele talvez quisesse, céus! Mesmo que ele não tenha sido explicito em nada, nenhuma palavra, mas pra mim é tão evidente. Depois, quando o levei pra casa dele, eu encarnando o meu lado bem formal e ele perguntando, meio “grogue”, o que eu achava de dormir por lá mesmo! Inventei mil desculpas e... fui!

Tomara que seja apenas pela bebida! Sinceramente, não quero perder o meu melhor amigo!  



quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um vídeo hoje pode?

É de um cantor que eu curto bastante, o Jay Brannan. A música, o vídeo... bem meu estilo.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Um pouco da minha história

Acho tão complicado falar de mim, mas vamos lá. Eu fui um menino um pouco franzino e isso me incomodava muito. Sempre fui mais do tipo “rueiro” (rs); diferente dos outros garotos, nunca fui fã de videogame, nem de ficar trancado em casa. Na adolescência tive poucos amigos, e foi com um deles que descobri (se bem que eu já tinha alguma ideia... rsrs) a minha sexualidade. A primeira vez, sei lá, eu achei que tinha abusado do garoto. Depois, com as coisas rolando mais frequentemente, tudo foi tomando contornos mais tranquilos. Deixo essa parte pra outro post...

Minha mãe morreu, eu tinha 15 anos. Foi um golpe pra mim, pois nunca tive muita intimidade com meu pai, um cara sempre sério, fechado, ao contrário da minha mãe. Não foi fácil ter que conviver com ele, mas, de alguma forma, ele também mudou um pouco depois da morte dela. Não que ele tenha se tornado muito próximo de mim, mas ao menos passou a me dar um pouco mais de atenção. Foi também nessa época que eu quis arrumar um primeiro trabalho. Apesar da resistência dele, me transferi para o período noturno (eu iniciava o segundo grau) e arrumei um trabalho. Foi a minha primeira sensação de independência... muito bom!

Eu devo ser uma mistura interessante dos dois: fisicamente me pareço muito com ele (que era de origem alemã) e internamente me pareço com ela, ou seja, apesar da “cara de mau”, sempre fui extremamente cuidadoso e atencioso com os outros, especialmente com meus amigos. Depois que ela morreu, além de começar a trabalhar, me matriculei numa academia de ginástica. Bem isso, ginástica! Com o tempo, cheguei à brilhante conclusão que foi uma forma de me tornar mais forte fisicamente... talvez porque eu teria que lidar sozinho com meu pai, sem minha mãe pra me proteger, quem sabe! (rsrs). Apesar de que ele nunca (ao menos que eu lembre) tenha me agredido fisicamente. Mas, não custava “não dar mole”.

Quando eu fiz 18 anos, entrei na faculdade. No mesmo ano meu pai se casou novamente. Era a chance: me emancipei! Horas de conversa com ele (campeonato de cabeça-durismo!) até que ele me ajudou a comprar o meu primeiro apartamento! Pela primeira vez senti que meu pai levou um baque! Aquele rapaz pacato e estudioso, que nunca deu problema, resolvendo morar sozinho. Mas não teve argumento. Sem chance! Se ele iria ter uma vida nova, nada melhor que eu também tivesse!

Três anos depois ele morreu. Foi uma sensação diferente que eu senti. Fiquei triste, mas não como quando perdi minha mãe. Eu estava no último ano da faculdade, já me sustentando suficientemente, na época eu tinha um “caso” fixo da minha turma. Enfim... pintou o problema da herança. Isso dá uma história bem longa, que nem vale a pena. Inclusive foi nessa ocasião que eu tive um belo stress com os irmãos dele, e tudo por causa de dinheiro!

Resuminho: eu me acertei com a nova esposa dele, que é uma mulher muito boa, trabalhadora, com dois filhos do primeiro casamento (e que na época eram menores) e abri mão da casa e do carro do meu pai em nome dela. Fiquei com algum dinheiro que ele tinha aplicado, juntei com o que consegui com a venda do meu ap (que era minúsculo) e comprei um maior. Na época fui taxado de idiota, mas eu sei que fiz a coisa certa. Até hoje sou muito amigo dela e a considero a única pessoa que eu entendo por minha família.

Depois que eu me formei consegui um estágio nessa empresa em que estou até hoje. Estou muito feliz com minha carreira profissional. Progredi, fiz cursos no exterior por conta da empresa e lá conheci o meu amor. Tá bom por hoje...

PS: Hoje quem me vê nem imagina o menino mirrado que eu fui... acabei me tornando um homem alto e bem forte (rsrsrs).


sábado, 8 de junho de 2013

De tudo o que tivemos na vida (parte 1)

Preciso tomar cuidado com o que escrevo por aqui... não quero transformar esse blog num “vale de lágrimas” (rsrsrs).

Depois de escrever bastante (acreditem, pra mim é uma enormidade tudo o que já escrevi!) percebi que ainda não falei o nome dele. Por que será? Ele se chamava José Carlos. Para a maioria era Zeca. Pra mim... bem, eu tinha uma mania de, dependendo da situação, eu usava uma palavra diferente pra nomeá-lo. Deixa eu ver se lembro... os mais usuais: meu lindo, meu anjo, minha vida, meu delicinha, e muitos outros “meus”, perdi as contas!

Era bem difícil chamá-lo pelo nome, ou mesmo pelo apelido “usual”. Ah, e havia alguns “nomes” que, se tinha alguém por perto, estranhava bastante, principalmente por que ele sempre ria quando eu o chamava assim: beguelé, pixoxó, buiuzinho, chochinho, bagulhinho... isso tudo (que horror! rsrsrs), fora as vezes em que o chamava pelo nome de algum passarinho: pintassilgo, curió, bem-te-vi, saracura, maritaca, e por aí vai! Ele era mais “constante”: ou eu era o “cabeçudo” (reconheço, sou teimoso... de vez em quando... rsrsrs), ou, na maioria das vezes o Dri.

A coisa que ele mais amava era viajar! E, depois que começamos, todo ano em nossas férias, eu sempre inventava algum lugar pra ir. Conhecemos muitos lugares. O primeiro... ele tinha um sonho (não é pra rir, tá!... rs): ele queria conhecer a Disney! Sério! Eu até tentei tirar essa ideia da cabeça dele. Mas, sabe como é: o que não se faz por amor!

Foi nossa primeira viagem juntos. Eu cuidei de tudo no maior sigilo. Eu falava que íamos para algum lugar do Brasil e ele já estava todo feliz, fazendo os seus planos. Depois, com o lance do passaporte, ele já percebeu que íamos pra fora. Ele nunca tinha viajado pra fora do Brasil. Só descobriu na hora do embarque... aí não tinha mais jeito: Orlando.

O careta não conseguiu dormir no avião, tá louco! Era tanta ansiedade! Eu tinha programado tudo e reservei o primeiro dia pro Magic Kingdom (sem rir, please!... rs). Da entrada do parque se avista uma grande avenida, com todas as construções típicas de uma cidade americana... os olhos dele! Não dá pra descrever o tanto de alegria que eu via nele, não dá! Aqueles 10 dias que ficamos por lá, conhecendo um parque por dia, sinceramente, eu não podia imaginar que pudesse gostar tanto de tudo.

Numa noite, não lembro bem qual foi, estávamos no Epcot, já cansados por andar o dia todo (pra conhecer o Epcot em um dia é bem complicado!) e ele ainda queria ver o show de fogos sobre um lago enorme que tem lá. Muito lindo, fogos, lasers, música. Eu tinha uma surpresa pra ele, só aguardando o momento certo. No final do show, cansados mas felizes por tudo o que tínhamos visto eu achei que era o momento: tirei uma caixinha com alianças e falei se ele me dava a honra de colocá-la em seu dedo. Nem preciso dizer nada, né?!

Dois anos que nos conhecíamos, um ano juntos, nossa primeira viagem. Foi o nosso casamento. Em plena Disney, quem diria... Em todos os anos seguintes ensaiamos várias vezes tornar tudo “oficial”. Depois, bem... depois eu conto depois.

Achei que já merecia por uma ilustração nesse blog. A primeira... a que não aconteceu oficialmente, mas que, nas nossas almas, aconteceu aquele dia em Epcot...
    


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Café com Leite e outras Bebidas

Quando estou quieto no meu canto, minha mente se ilumina com algumas cenas, como num filme, de momentos que vivemos. A maioria de uma simplicidade tão grande, que não sei como puderam se fixar dessa forma em mim. Em uma, que é bem recorrente: ele ainda estagiário, sempre nervoso e atrapalhado, entra em minha sala e me ouve criticar o seu trabalho. Ouve tudo calado, aquele jeito de “muxoxo” (rsrsrs), pega o trabalho e saí pisando duro. Eu a-do-ra-va isso! Vê-lo de costas, se retirando, bundinha empinada (meu sonho, então inconfesso...).

Eu sou do tipo branquelo, com cara de alemão bravo, sério (mas um doce por dentro... só pra avisar... rs) e ele, todo mignon, aquela cor que me fascinava, olhos vivos, sempre bem abertos, contrastando com os meus, mais apertados. Vivemos aquele ano numa paquera não declarada, nenhuma palavra, apenas gestos. Eu sabia, ele sabia, mas nenhum dos dois ousava.

Um fim de tarde, convidei-o pra um café. Pedi o meu puro: eu gosto de café puro e forte! Ele olhou pra mim (aquele olhar que me desorientava por completo): eu prefiro café com leite. Nossa! Duzentas intenções, duzentos significados naquelas palavras, e que apenas os nossos olhos desvendavam!

E tem a cena mais lembrada, a que resiste em mim e surge sempre, nas noites do eu sozinho, antes de dormir. Quando terminou o seu estágio, eu já completamente sendo dele (sem o ser de fato) achei por bem (atitude das mais sábias da minha vida) indicá-lo para uma vaga que havia surgido em outro departamento. Algumas conversas, ponderações e ele foi efetivado. Quando eu contei pra ele... tomando fôlego aqui... nossa!... ainda consigo ver o seu rosto de felicidade! Era uma sexta-feira. Convidei-o (pela primeira vez!) pra comemorar comigo. No meu apartamento.

Ele era de família simples, tímido ao extremo, não acostumado a bebidas mais fortes. Eu fiz uma tábua de frios (a maioria ele não conhecia), alguns queijos... hoje vamos tomar uísque! Jack Daniel’s (que mente maligna a minha!... kkkkkk), aquele sabor mais fácil pra marinheiros de primeira viagem. E ele adorando tudo!

Lá pelas tantas, sentados no sofá, ele já visivelmente “amaciado” (de leve, tá!) começou a falar. Era a primeira vez que o seu coração falava por seus lábios. Começou a me agradecer por tudo o que eu tinha feito por ele, o tanto feliz que ele se sentia, etc. Aí, parou... disse que precisava falar uma coisa, que mesmo se quebrasse a cara, se perdesse a minha amizade, ele tinha que falar. Imaginem como eu me sentia! Entre lágrimas que começavam a escorrer pelo seu rosto, saiu um “eu te amo, cara!”... meu Deus!!!

Ele ali, encolhido no canto do sofá... sei lá que medos, receios, passavam por sua cabeça! Abri meus braços pra ele, puxei pra perto de mim, pousei sua cabeça sobre o meu peito... meu anjo, você é a minha vida! fica pra sempre comigo?  


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Resposta ao Gato (achei melhor escrever um post... rsrsrs)

Então, Gato, o mês passado completou 2 anos que ele morreu. Quanto às outras perguntas, eu preciso explicar alguma coisa. Entre nos conhecermos, começarmos o nosso relacionamento, até o seu final, foram mais de 10 anos. É bastante tempo! Apesar de que, pra mim, foi muito pouco. Nós nunca fomos de muita badalação. Durante a semana trabalhávamos muito, e de noite só tínhamos vontade de ficar juntinhos. Nos fins de semana, cinema, restaurante, compras, algumas vezes íamos à casa de amigos e... se não estávamos viajando, novamente de volta pro ninho. Entende?

Não estou querendo dizer que não haviam brigas, discussões (isso é normal), mas, éramos de tal forma “grudados”, com interesses, gostos, tão entrelaçados, que, de certa forma, nos bastávamos! O nome do meu blog é uma alusão a uma frase que ele sempre me dizia: “Somos uma ilha que não precisa de um continente!” Dá pra visualizar como era o nosso relacionamento? Olha, de tudo o que eu já vi por aí, eu fui um privilegiado pela vida ao poder ter experenciado uma coisa como essa!

Depois que ele se foi... os primeiros meses eu achei que ia morrer. Ficou um vazio tão enorme. Não foi apenas uma parte de mim que foi arrancada. A sensação é que eu tinha ido inteiro junto com ele. O que me salvou, por incrível que pareça, foi o meu lado profissional (que eu prezo muito). Depois de 1 ano, eu tentei (como ainda tento) começar a sair um pouco, até consigo. Conheci pessoas, com algumas teve o lance da “transa”, mas... não sei se consigo explicar. Depois, sempre vem uma sensação de vazio tão grande... enfim, começo a acreditar que o fato de eu transar com alguém, hoje, é o caminho mais curto pra eu me desinteressar pela pessoa. Será que to ficando neurótico? (rsrs)


Consegui responder sua pergunta? Ah, quando eu me olho no espelho não sou um cara que tenha baixa autoestima não! Eu até me acho bem ajeitado, inteirão, coisa e tal (rs). Melhor parar por aqui. Putz, escrevi isso no intervalo do café... outro dia escrevo mais...

sábado, 1 de junho de 2013

“O acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído”

Tenho poucos amigos. E que, por serem amigos, sabem da minha história. Hoje eu saí com um deles, o Claudio. Nos conhecemos desde o tempo da faculdade e ele é um dos que acompanha, desde então, a minha vida. O papo rolou sobre o que ele considera ser uma visão “fatalista” (foi essa a palavra que ele usou) sobre as coisas e que ele acredita refletir as minhas posturas. Eu tentei mostrar que, muito pelo contrário, não acredito em destino, ao menos segundo essa concepção.

Creio que nossos movimentos pela vida são entremeados por acasos. Penso que, quer queiramos ou não, a nossa existência resume-se a uma sucessão de momentos como que “aprisionados” entre a massa que compõe nosso passado (e que ficou para trás) e a nuvem de possibilidades que temos pela frente. Pensando assim, decididamente, não há lugar para algo tão determinístico como um destino.

Os grandes fatos e as grandes mudanças de percurso que ocorreram em minha vida sempre surgiram como “centelhas do acaso”. Certamente que, como bom jogador no jogo da vida, me aproveito do lance ocasional para trabalhá-lo, dar-lhe consistência, engendrando todo um trajeto que o torne a “minha” realidade palpável. Em outras palavras, o acaso sempre foi meu amigo, pois é assim que o considerei. Ele não é (nem foi, até hoje) bom, ou mau, mas apenas uma chance (sempre diferente) para que eu pudesse, ou não, escolher.

Eu não sei se consegui convencer o meu amigo dessa minha convicção, pois logo ele veio com uma pergunta: por que eu não estou aberto para um novo amor? E quem disse que não estou? Apenas é muito difícil esquecer uma experiência tão forte quanto a que eu tive e, queira eu ou não, sempre existirá o fenômeno da “comparação” (isso é tema para outro post... bem complicado!).

Uma coisa eu garanto: continuo andando distraído...