Do jeito que as coisas estão caminhando por aqui, em breve
inaugurarei uma ponte aérea GRU-MIA. Depois de uns 10 dias de intensa discussão
sobre o novo organograma da empresa, que será posto em prática a partir da
próxima segunda-feira, dentre algumas modificações que se faziam necessárias,
eu passo a me reportar apenas ao “big boss” lá da matriz. Lado positivo: assumo
efetivamente a clássica posição de controller. Lado negativo: se deixo de ser “cachorro
de 2 donos”, passaremos, no entanto, a ter 2 linhas de comando dentro da
empresa... uma operacional, via vice-presidência administrativa e outra,
financeira, via essa pessoa que vos escreve! (rs). Só o tempo irá dizer se isso
irá resultar em conflitos insuperáveis. Espero que não!
Ontem fiz uma nova visita a meu “japa” predileto...
aparentemente tudo está nos “conformes” em relação aos meus olhos. Continuando
em estágio de observações, o que implica em que ainda farei mais visitas ao
senhor de olhos puxados, cujo passatempo comigo é fazer os meus ficarem cada
vez mais “arregalados”... seria sádico, se não fosse científico! (rs) E como
tudo tem seu lado positivo, nesse caso, sempre que faço uma dessas visitinhas,
acabo ficando (forçosamente, mas com gosto!) de molho no dia seguinte. E aqui
estou, pensando em como tudo será a partir de segunda...
Um dos meus amigos, comentando sobre esse assunto do novo
esquema do trabalho, disse que, sejam quais forem as consequências, eu terei,
de fato mais poder... muito poder, segundo ele! Tenho pensado muito nisso e,
sinceramente, não sei se é bom. Não sou o tipo de pessoa que acredita existir
bons e maus atos, boas e más pessoas. Tudo sempre depende das circunstâncias,
do contexto em que as coisas acontecem. Mesmo o senso de justiça, que é um dos
ideais que prezo muito, não deixa de ter sua parcela de relatividade. Sendo
assim, pensando assim, sei que ter mais poder me obrigará a ficar muito mais
atento ao que faço e decido, pois, se eu proceder de forma inadequada, mais pessoas
sentirão as consequências dessa minha ação. É isso que não sei se gosto (e que
me incomoda!)... ou mesmo, se serei capaz de exercer esse poder o mais suave e
criteriosamente possível.
Outro fato que esse amigo salientou (e que já estou
começando a perceber, mesmo que eu já imaginasse que fosse acontecer),
refere-se à mudança de postura das pessoas em relação a mim. Alguns, que antes
eram mais distantes, ou não se davam ao trabalho de serem próximos, começam a
tentar se aproximar. Interesse? Muito provavelmente... E outros, ao contrário,
que eram mais “chegados”, tendem a ficar um pouco mais distantes. Receosos?
Muito provavelmente. Penso que tenho que tomar mais cuidado com os primeiros,
os “amigos de primeira hora” (especialmente quando essa primeira hora coincide
com o meu ganho de poder), que podem ansiar por participar desse meu poder.
Evito, por enquanto, usar o conceito exato, sob o qual muitos se encaixariam...
“puxa-saco” é muito agressivo, concordam? (rs)
Em relação aos segundos, que sempre agiram comigo, desde
sempre, do mesmo modo, com o mesmo respeito e que agora, talvez por mais
respeito ainda, tendem a se afastar, demonstrando que me dão “espaço”, a esses
espero dar mais valor ainda! Se já os admirava por deverem lealdade a mim, nas
boas e nem tão boas horas, não será agora que os decepcionarei. Na verdade,
será neles que pensarei, duzentas vezes se for necessário, antes de fazer
qualquer coisa que os prejudique.
Como equilibrar tudo isso? Que pontes devem ser conservadas
e quais deverão (se inexorável for) ser detonadas? O poder tem um certo gosto
amargo...