Não sei se é possível explicar a amizade, assim como parece
não ser possível explicar o amor. Já ouvi dizer que na amizade existe o
componente “escolha”, que não existe no amor. Poderíamos escolher um amigo, mas
não um amor. Não sei, tenho dúvidas. Eu tendo mais a crer que a escolha faz
parte de ambas as coisas. Deve haver uma afinidade especial entre o que somos e
o que temos no outro (e vice-versa) para que surja a possibilidade da escolha.
No fundo penso que o determinante de tudo é a escolha mesmo.
Assim como não acredito que podemos ter mais de um amor ao
mesmo tempo, não creio que possamos ter mais de um amigo (estou falando de
amigo, amigo mesmo!) também. Está parecendo radical, né? Explicando melhor: não
consigo imaginar alguém que tenha muitos amigos verdadeiros, visto que a
amizade verdadeira é um compartilhar que nos exige uma preocupação especial,
que nos ocupa e não prescinde de nossa atenção, sempre que necessária. E não
somos tão grandes ou temos tanto a partilhar que comportaríamos tantos amigos
assim. Então, eles são poucos. E, dentre esses poucos, quase sempre um é o
escolhido para ocupar um lugar prioritário.
Sabemos que nossa escolha foi acertada quando, no amor ou na
amizade, nos momentos mais difíceis de nossas vidas, a presença dele (o amor ou
o amigo) surge em sua forma mais absoluta. Não importando em que condições
aconteça, em que ponto da nossa história nos encontramos, lá vem “ele”, de
braços abertos, a nos acolher, sem pedir nada em troca, a não ser o que já estava
pressuposto - a amizade ou o amor. Concordam comigo?
Pois é, eu tenho 4 amigos. Eles participam da minha vida, se
fazem presentes, sempre que necessário, assim como eu me faço presente na vida
deles. Mas tem um, um especialíssimo, que me acompanha há muito tempo e que
nunca me faltou. Nesses últimos tempos, com essa instabilidade pela qual me vi
sem forças para, eu próprio, resolver certas questões, ele praticamente se
colocou à minha disposição para caminhar junto, amparar de fato, abdicando
inclusive de algumas coisas que tinha pra fazer e que deixaram de ser
prioritárias, em meu detrimento. Não tenham dúvida, isso é o maior presente que
podemos ter em nossa vida!
Eu sempre costumo (ou costumava... rs) dizer que sou bem
fortinho. Mas, tem horas que, até os muito fortes devem pedir arrego. E, nessas
horas, não existe nada melhor que ter um alguém efetivamente capaz e disposto a
facilitar esse nosso singelo pedido. Eu posso não ter feito muita coisa em
minha vida, mas as minhas escolhas, no amor e na amizade, acertaram em cheio!
Bem na mosca!
Desde quinta-feira passada me vi absolutamente dependente
dessa grande pessoa. E foi tão maravilhoso que, na verdade, eu nem me dei conta
que vivi essa dependência. Dá pra entender? Talvez tenha sido apenas o começo
de um período em que precisarei mais ainda dele. Ainda não sei. Uma coisa é
certa: se um dia ele precisar (tomara que não, nesse aspecto não) de mim, nem
que eu tenha que virar o mundo do avesso, eu estarei lá, a seu lado.
Um vídeo (meramente ilustrativo... rsrsrs) de como se
iniciou a “nossa” quinta-feira...