sexta-feira, 31 de maio de 2013

Foi assim que o conheci

Depois que escrevi o post anterior contando alguma coisa sobre mim e ler alguns outros blogs (especialmente um dos meus preferidos, o do Gato), me animei em escrever só mais alguma coisa... falta de sono.

Eu tinha 28 anos, uma carreira bacana, já supervisor de planejamento. Fui autorizado a ter um estagiário do último ano de economia na equipe. Era a primeira vez que eu escolheria alguém pra trabalhar comigo (eu havia sido promovido recentemente e “herdei” a equipe de funcionários). Eram 6 candidatos. Ele foi o último que entrevistei.

Eu já havia praticamente decidido sobre o meu candidato preferido, quando ele entrou na sala. Meu Deus! Meu coração disparou ao vê-lo! Sério! Não é minha imaginação, nem fantasia da minha mente atual. Nunca fui dado a fantasias, ou contos de fada. Eu sempre achei que essa coisa de “amor à primeira vista” era irreal. Até o momento em que pus os meus olhos nele...

Ele era a coisa mais linda de se ver. Aqueles olhos pretos, enormes! Aquela “cor de jambo”! A voz, a delicadeza, a amabilidade com que me cumprimentou! Eu nunca em minha vida (sou pragmático ao extremo!) me senti tão desconcertado frente a uma situação como aquela! Hoje, como naquele exato instante em que nos conhecemos, eu não tive/tenho dúvida: foi o tal “amor à primeira vista”!

Confidência: ele não era o melhor dos candidatos... não mesmo! (rsrsrs) Mas não havia como não escolhê-lo. E antes que eu seja condenado por algum mau juízo que possam fazer da minha pessoa, devo esclarecer que, naquele ano de estágio, nós jamais chegamos a ter qualquer coisa mais intima... se é que me entendem! Naquele ano a minha missão para com ele foi torná-lo um profissional o melhor possível. E eu consegui. Tudo o que eu sabia, eu passei pra ele. Tudo. Foi um ano dos mais lindos em nossas vidas. E que terminou quando ele foi efetivado.

Outro dia eu conto mais

Quem sou eu?

Vamos ver se consigo escrever alguma coisa hoje. Nunca pensei que seria tão difícil escrever em um blog. Nem sei se continuarei, ou simplesmente passo a escrever quando a necessidade for muito grande. Talvez isso seja explicado da mesma forma que nunca consegui fazer algum tipo de terapia. Tentarei hoje.

Tenho quase 42 anos, financeiramente bem estável, economista em uma multinacional, um bom apartamento e automóvel. Feliz? Não!  Nunca fui de me iludir com essa coisa que pra ser feliz importa muito a situação material de nossa vida. Sei que é legal conseguir ter o que se deseja... frequentar teatros, cinemas, bons restaurantes, ter acesso a boas roupas, livros. Mas tudo isso de nada vale (falo de cátedra!) se não temos alguém com quem compartilhar plenamente tudo isso.

Meu nome real é Adriano. Nasci e moro em São Paulo. Não tenho irmãos, meus pais já faleceram, não me dou bem com o “resto” de família (tios, primos). Vivo só. Sou só. Isso há dois anos. Quem leu o meu post anterior (inacabado... tenho tanto a falar ainda!) consegue saber que nem sempre foi assim. Hoje é. E me sinto velho demais pra tentar encontrar outro amor na minha vida. Aliás penso que amor de verdade só temos um. E o meu, já não existe mais. Sigo, portanto, meus dias.


Por hoje é só... novamente a estranha sensação que me impede de continuar...

domingo, 19 de maio de 2013

25 de maio de 2011


Era uma quarta-feira, eu acho.  Quase dois anos de uma angústia lenta, corrompendo a cada minuto pequenas parcelas de uma luz chamada vida, que ele teimava em manter. Esperança era a sua palavra, dita todas as noites, antes de adormecer a meu lado (eu jamais consegui dormir antes dele). Esperávamos. Eu, do fundo da minha não crença, também esperava.

E se eu me sentia cansado, ele aliviava o meu cansaço com um sorriso. E se eu, vez por outra, chorava (escondido), ele sempre descobria e acariciava o meu rosto. E se eu ousasse, mesmo que por um minuto, fraquejar, ele, era ele quem, de não sei onde, arranjava forças pra me levantar. Como podia? Até hoje não sei.

Naquela quarta-feira, era bem tarde, ele teve uma crise horrorosa. Eu sai feito maluco (como sempre), disparado pelas avenidas de São Paulo. Ele pedindo que eu tomasse cuidado. Bem próximo de chegarmos ao hospital (pra quem conhece SP, era o Albert Einstein, no Morumbi) ele pediu que eu parasse o carro. A noite estava linda. Ele teve um acesso de tosse e recostou a cabeça em meu ombro. E não segurou a minha mão...

A cena toda voltou agora. Ela volta sempre. Sempre. Sempre.

Desculpe. Hoje não consigo mais...