sábado, 9 de novembro de 2013

Medo

Depois de uma semana fria e chuvosa, hoje o tempo abriu de vez. Céu azul, sol escancarado e eu, como nos últimos fins de semana, trancado em casa. A luminosidade me incomoda muito e, a cada vez que volto de mais uma “sessão tortura” com o Jiraya que me arranjaram (rs), só penso em ficar na penumbra, de preferência com óculos escuros.

Ultimamente tenho tido uns sonhos tão estranhos. Acordo de madrugada, com uma sensação de aperto no peito. Alguns são com meu pai, outros com o Zeca. Eles me parecem bem, mas as situações, os “enredos” em que os sonhos acontecem são sempre angustiantes. Não consigo entender, nem quero entender. Só queria poder parar de sonhar. Tudo deve ser o resultado dos meus temores, dos riscos velados que eu temo e que não se apaziguam com as palavras de ninguém. Sei que pra equilibrar esse estado de espírito eu deveria focar mais na esperança. Mas, cadê força?

Racionalmente eu sei que não posso ser forte o tempo todo. O meu comportamento, porém, parece obedecer a um “piloto automático”, que vive bancando o durão e que detesta se mostrar frágil para os outros. Ontem, pela primeira vez, eu chorei na frente de uma pessoa que não era o Zeca. Depois veio uma sensação tão péssima, afinal o Claudio está me dando tanta assistência, está sendo um amigo incrível, mas eu sei que ele está mais apavorado que eu. E ele deve ter ficado sem ação ao me ver frágil, ou seja, eu devo ter aumentado a sensação de angústia que ele vem passando comigo. Ele não merecia isso! Depois tentei me redimir. Comecei a brincar com ele, falando que era bobeira da minha parte. Preciso tomar mais cuidado, pra não deixar a tarefa dele mais difícil do que já está sendo. Preciso redobrar o meu autopoliciamento!

Hoje é o aniversário da irmã dele. Eu tive que insistir muito, mostrar que já estou bem, que ele não precisava se preocupar, para que ele pudesse ir à festinha dela. Agora estou sozinho, ouvindo música. Mais tarde, com certeza, ele voltará. Sinceramente, eu quero que ele volte. Não posso demonstrar, mas me sinto mais seguro com ele por perto.

O tempo ficou lindo hoje. Em mim, continua chovendo.