sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Ponte Aérea e Outras Pontes



Do jeito que as coisas estão caminhando por aqui, em breve inaugurarei uma ponte aérea GRU-MIA. Depois de uns 10 dias de intensa discussão sobre o novo organograma da empresa, que será posto em prática a partir da próxima segunda-feira, dentre algumas modificações que se faziam necessárias, eu passo a me reportar apenas ao “big boss” lá da matriz. Lado positivo: assumo efetivamente a clássica posição de controller. Lado negativo: se deixo de ser “cachorro de 2 donos”, passaremos, no entanto, a ter 2 linhas de comando dentro da empresa... uma operacional, via vice-presidência administrativa e outra, financeira, via essa pessoa que vos escreve! (rs). Só o tempo irá dizer se isso irá resultar em conflitos insuperáveis. Espero que não!

Ontem fiz uma nova visita a meu “japa” predileto... aparentemente tudo está nos “conformes” em relação aos meus olhos. Continuando em estágio de observações, o que implica em que ainda farei mais visitas ao senhor de olhos puxados, cujo passatempo comigo é fazer os meus ficarem cada vez mais “arregalados”... seria sádico, se não fosse científico! (rs) E como tudo tem seu lado positivo, nesse caso, sempre que faço uma dessas visitinhas, acabo ficando (forçosamente, mas com gosto!) de molho no dia seguinte. E aqui estou, pensando em como tudo será a partir de segunda...

Um dos meus amigos, comentando sobre esse assunto do novo esquema do trabalho, disse que, sejam quais forem as consequências, eu terei, de fato mais poder... muito poder, segundo ele! Tenho pensado muito nisso e, sinceramente, não sei se é bom. Não sou o tipo de pessoa que acredita existir bons e maus atos, boas e más pessoas. Tudo sempre depende das circunstâncias, do contexto em que as coisas acontecem. Mesmo o senso de justiça, que é um dos ideais que prezo muito, não deixa de ter sua parcela de relatividade. Sendo assim, pensando assim, sei que ter mais poder me obrigará a ficar muito mais atento ao que faço e decido, pois, se eu proceder de forma inadequada, mais pessoas sentirão as consequências dessa minha ação. É isso que não sei se gosto (e que me incomoda!)... ou mesmo, se serei capaz de exercer esse poder o mais suave e criteriosamente possível.

Outro fato que esse amigo salientou (e que já estou começando a perceber, mesmo que eu já imaginasse que fosse acontecer), refere-se à mudança de postura das pessoas em relação a mim. Alguns, que antes eram mais distantes, ou não se davam ao trabalho de serem próximos, começam a tentar se aproximar. Interesse? Muito provavelmente... E outros, ao contrário, que eram mais “chegados”, tendem a ficar um pouco mais distantes. Receosos? Muito provavelmente. Penso que tenho que tomar mais cuidado com os primeiros, os “amigos de primeira hora” (especialmente quando essa primeira hora coincide com o meu ganho de poder), que podem ansiar por participar desse meu poder. Evito, por enquanto, usar o conceito exato, sob o qual muitos se encaixariam... “puxa-saco” é muito agressivo, concordam? (rs)

Em relação aos segundos, que sempre agiram comigo, desde sempre, do mesmo modo, com o mesmo respeito e que agora, talvez por mais respeito ainda, tendem a se afastar, demonstrando que me dão “espaço”, a esses espero dar mais valor ainda! Se já os admirava por deverem lealdade a mim, nas boas e nem tão boas horas, não será agora que os decepcionarei. Na verdade, será neles que pensarei, duzentas vezes se for necessário, antes de fazer qualquer coisa que os prejudique.

Como equilibrar tudo isso? Que pontes devem ser conservadas e quais deverão (se inexorável for) ser detonadas? O poder tem um certo gosto amargo...

domingo, 17 de agosto de 2014

Tempo Que Voa

Acredito que todos nós já pensamos (ou sentimos) que o tempo que vivenciamos hoje é muito mais rápido que o tempo de nossa infância. Um amigo, que é psicólogo, certa vez explicou que isso, essa sensação (que, por vezes, se atribui exclusivamente à velocidade atual da tecnologia e da informação) se deve muito mais à transformação de nossas vidas numa sequência de hábitos cotidianos. Desse ponto de vista, o hábito (tudo o que fazemos, quase de forma automática... acordar, tomar banho, café da manhã, ir pro trabalho, etc.) tende a enfraquecer o nosso “senso do tempo”. Agimos, como ele falou, em um nível de “sonolência” (que eu interpretei como quase inconsciência dos fatos), muito diferente de quando éramos crianças e o mundo, ou ao menos praticamente quase tudo no mundo, constituía uma novidade, experiências novas.

De onde se pode concluir que, uma intercalação de “novos hábitos”em nossas rotinas seria uma forma de manter nossas vidas com mais “vivacidade”, um meio de refrescar a nossa sensação de tempo, de obter um rejuvenescimento, e com isso, a revolução da nossa sensação da vida em geral. Olha, concordo absolutamente com tudo isso! Especialmente porque, nesse período da minha vida, quando finalmente vou pra cama no final do dia, tenho a nítida sensação que acabei de acordar há menos de 1 hora! (rs) É inevitável que se pense: afinal, de que vale tudo isso?

O meu único consolo (se é que posso chamar assim) é que, como estou cansado demais desses dias de mais de 12 horas de trabalho, nem sofro tanto por sentir o vazio em que se transformou meu quarto e minha cama. Então, quando, ao deitar, sinto a falta imensa de um corpo conhecido ao lado do meu... um cheiro conhecido (que não o meu), uma voz suave (que não a minha), a sussurrar “bons sonhos!”, voz que vem de uma boca próxima, tão próxima que se consegue sentir o hálito... quando essa falta, essa ausência irreparável, ameaça tomar conta de tudo, rapidamente adormeço.

Por que mesmo estou vivendo assim? Sinceramente, não sei! Sei apenas que, construir um lindo pomar, sem ter com quem repartir as frutas, acaba por aprofundar o sem sentido que há muito tempo me envolve por inteiro...

“Did you see the light in my heart?
Did you see the sweat on my brow?
Did you see the fear in my heart?
Did you see me bleeding out?”


domingo, 10 de agosto de 2014

Cachorro de Dois Donos



E não é que voltei! Pra quem iria ficar uma semana e ficou três, até que passou bem rápido. Bem provável que foram os 20 dias mais emocionantes da minha vida profissional! (rs) Sem brincadeira... foram dias bem difíceis, um verdadeiro exercício de paciência, negociações, jogos de força e poder. E cujo resultado, sendo bem sincero, ainda não consegui entender de todo. Eu já havia participado de algumas reestruturações organizacionais, mas, como essa, eu nunca vi! O resultado deixa muitas perguntas no ar... e não sei se isso é bom.

Breve resumo: houve um “achatamento” da estrutura, com o fim das diretorias e gerências gerais. Aparentemente isso demonstraria um organograma mais enxuto. Três vice-presidências (administrativa, operacional e de desenvolvimento) e vários coordenadores de área, sendo alguns “super” coordenadores (funcionarão como gerentes? boa pergunta! rs). E todos respondendo direto às vice-presidências. Não sei como será na prática. A área operacional, por exemplo, terá dez coordenadores. Acho demais, em termos de “report”! A pérola (a meu ver) é que todos os “vices” responderão ao presidente: um “gringo”, alocado na matriz, em Miami. Provavelmente isso gerará confusão, apesar de todos os “meios eletrônicos” de comunicação. Qual o sentido disso? Não faço ideia! (rs) É pagar pra ver...

E eu, como fiquei nisso tudo? Posso dizer que sou um “quase-controller” (rs). Ganhei algumas áreas (contábil/fiscal e tesouraria) e também terei mais coordenadores, além de um “gringo” (isso mesmo! um carinha da matriz vem para assumir a área de planejamento orçamentário... meio desalentador para o meu supervisor, aliás, meu braço direito!). Também tenho a minha “pérola”: responderei hierarquicamente ao vice-presidente administrativo e, funcionalmente, ao presidente da matriz. Daí o título do post... será que vou morrer de fome? (rs)

Sinceramente, avalio esse “embrulho” como algo transitório. Não consigo imaginar como isso pode dar certo. O meu caso, por exemplo, é bem estranho, pra dizer o mínimo. Se bem que, se for um modelo de transição e caminharmos para um certo cenário... melhor não divagar! Aliás, acabei de escrever o post mais chato da história do blog, certamente! (rs) Obrigado pela paciência a quem chegou até essa linha!

Voltando agora à minha programação normal... e que Deus me ajude!

Ah, voltei um ano mais velho! (rs) Vida que segue...