Nossa, que semana! Parece que não termina! Esgotado
mentalmente, precisando de umas 10 horas de sono! (rsrs) Tadinho de mim, ainda
falta amanhã! Semana em que estou tendo que botar o “racional” pra funcionar no
trabalho, mesmo sabendo que é quase impossível não deixar o emocional
interferir nas decisões. Vou tentar contar, bem resumidinho, pra não cansar a
paciência de vocês.
Era bem previsível, segundo semestre, planejamento em ação e
surge a velha questão dos ganhos de produtividade, corte de despesas,
adequações, etc. E sou eu, justamente, o “controlador” dessas questões na
empresa. Mais de 2 meses de projeções, análises (um inferno!) e vamos para o
“task” necessário: 20%. Aprovado pela diretoria (que, como é óbvio, queria
“salgar” um pouco mais, quem sabe 30%... uma luta pra evitar isso!) e como a
pimenta não é prerrogativa apenas dos outros, eu tive que experimentar o seu
gosto.
Existem vários métodos, nem vou discorrer aqui, não vale a
pena. Pra simplificar: se optamos por cortar salários maiores (o que implica em
funcionários mais velhos), menos “cabeças têm que rolar”. Se formos na “base”,
mais pessoas... bem simples isso. O problema sobra pra quem fica: como continuar
desempenhando, com a mesma eficiência, os mesmos trabalhos, com menos pessoas?
Nessas horas eu penso que só o racional deve funcionar. Sei que parece duro,
desumano, mas não tem jeito melhor.
A empresa em que trabalho é muito boa em termos de plano de
carreira. E isso é um bom diferencial, temos que admitir. Sempre se tenta
valorizar a meritocracia, sem os excessos de uma concorrência exacerbada entre
as pessoas. Todo ano nós, gerentes, fazemos um processo de avaliação de cada
funcionário, que é discutido individualmente, analisado, até que se chegue a um
consenso. Acho que isso funciona como um bom sinalizador! E, mesmo assim,
parece que algumas pessoas não enxergam. Eu, por minha conta, faço uma análise
intermediária, no fim do 1º semestre, como forma de sinalizar mais
contundentemente como o trabalho de cada um está sendo visto, avaliado. Enfim,
eu prezo por demais a transparência na relação “chefe/subordinado” (já falei
que detesto a palavra chefe?), o “jogo limpo”.
Existe um fato, que é cruel, reconheço: um analista cuja
idade começa a passar dos 40 anos e ainda continua analista, nesse “mercado
corporativo”, esse fato já denota algum problema. Nessa faixa de idade, se a
empresa sabe valorizar os méritos, era pra essa pessoa já ter se tornado no
mínimo supervisor. Pelo menos comigo funciona assim. Eu já indiquei muitos
funcionários meus, que começaram comigo como estagiários, e hoje já são até
chefes de departamento. Além do que eu sempre gostei de trabalhar com
estagiários... são jovens que em geral tem ainda a “vontade” de progredir, a
garra pra aprender e muito a nos ensinar, bastando que queiramos ouvir.
Conclusão: resolvi dispensar 2 dos meus analistas mais
antigos e admitir um dos estagiários. Foi a minha razão que falou mais alto.
Vocês nem podem imaginar o quanto é difícil fazer isso! Essas 2 pessoas
trabalham comigo há mais de 5 anos. No começo (vieram transferidos de outro
departamento, promovidos) eles demonstravam que podiam progredir ainda mais
comigo. São 2 pessoas muito legais, cumpridores de suas tarefas, honestos.
Porém (esses poréns é que matam!) são do tipo “reativos”, nunca procuraram
apresentar algo novo, mesmo que esse novo não tivesse tanta relevância. Eu
gosto demais de gente “proativa”! Pessoas que não tem medo de mudar, de tentar
enxergar os problemas por outro ângulo, gente que propõe novas soluções, mesmo
que essas soluções não deem certo.
O que pesa (e isso é que desgasta o meu emocional) é que os
2 são casados, tem família que depende deles... é um verdadeiro martírio isso! A
outra solução que eu poderia optar implicaria na dispensa de 4 funcionários
mais novos, fora que não daria pra eu efetivar o estagiário. Racionalmente...
não tem como! Enfim, se fiz errado, que o universo me perdoe! Eu fiz e assumo
que fiz assim apenas pensando friamente em como será o futuro de quem continua
comigo nessa caminhada.
Que post chato, né?! Que assunto do cacete! Mas é isso que,
hoje, eu tenho pra contar. Amanhã... bem, amanhã será o desfecho de tudo!