sábado, 10 de agosto de 2013

Um plano que não aconteceu

Esta semana, talvez por amanhã ser o dia dos pais, eu li em vários lugares, artigos, reportagens, sobre o papel que os pais desempenham hoje, muito diferente do que foi no passado. O meu pai seguiu o “modelo tradicional”, acreditando que a função dele era manter a família. Não que ele não se interessasse por mim, mas nunca tivemos um relacionamento afetuoso. Talvez pela sua origem alemã, vai se saber. Ou talvez por eu sempre ter sido do tipo independente, nunca “dando trabalho” pra ele. Devem existir várias causas, que nem cabe aqui analisar.

Em minha história, numa certa fase (já depois de muitos anos de convivência com meu amor, de já estarmos morando juntos) chegamos a conversar sobre se havia a necessidade de termos filhos. Confesso que sempre tive vontade de ser pai. Mas esse assunto só apareceu entre a gente depois de muito tempo. E, por ironia da vida, quando já estávamos amadurecendo a ideia, veio a notícia da doença dele. E esse “plano” foi deixado de lado, embora, em muitas horas difíceis, durante o seu tratamento, eu tenha usado esse argumento (o nosso plano de ter pelo menos um filho) como mais uma forma para dar ânimo a ele. De fato parecia que dava um bom efeito.  Era sempre bom ter algum objetivo com que se apegar.

Em nosso plano uma coisa era certa: queríamos adotar. Não gosto muito da ideia de uma mãe de aluguel! E tem tanta criança precisando de um lar, precisando de carinho. Não faz muito sentido partir pra essa aventura de um filho biológico, além de tantas implicações que apenas conturbam um ato que deve ser o mais simples possível. Não deu tempo (tantas coisas não deram tempo!), não deu certo e, do ponto de vista atual, entendo que foi melhor assim. Imaginem hoje, eu sozinho, tendo que criar uma criança! Eu teria sérios problemas!

O interessante, que sinto hoje, é que o desejo não morre. Se eu for perguntar pro meu coração, ele responderá que sim, que eu gostaria de ter um filho. Mas a razão, com muita propriedade, diz que não. Acho que isso é uma das poucas coisas em que meu coração ouve e aceita o que a minha razão diz.   



16 comentários:

  1. Eu confesso que já quis ser pai... imaginei que teria filhos "nipo-gordinhos" como eu brinco, mas hoje não sei... Sabe quando a gente vê alguma coisa, mas é como se estivéssemos nos afastando?!

    De certo modo, penso que tive a oportunidade de exercitar essa paternidade em algumas situações pelas quais passei... Apesar de muito bacana, confesso que achei muito difícil lidar com esse amor de Pai, não sei se seria um bom pai... de qualquer forma, resolvi investir na "carreira" de Tio! [kkk]

    Mas quem sabe...

    Abração!

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    1. “Nipo-Gordinhos”? WTF? (rsrsrs) Eu acho que a grande maioria (e têm pequenas? rs) dos homens gostaria e seria um bom pai! O problema que eu vejo é uma certa falta de coragem, especialmente entre a “gente”. Somos muito “amarrados” ao modelo tradicional de família (pai/mãe/filhos) e parece intrínseco que o papel de pai é bem delimitado. Mas, se tivermos coragem, podemos provar a nós mesmos que esse papel depende somente da coragem pra agirmos.

      Abração

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  2. Se seu coração tem vontade, não desista! A razão, muitas vezes, nos engana. E ela, a razão, tem uma capacidade maior de adaptação do que o coração.
    Quem se sente em condições de ser um bom pai não deve perder essa oportunidade.
    Mas ser pai, ou mãe, não é pra todo mundo! Eu, por exemplo, não teria condições de criar uma pessoa segura pra enfrentar o mundo!
    Grande abraço!

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    1. Será que a razão nos engana? Não seria o contrário? Mais fácil sermos enganados pelo coração? Eu penso que a decisão de ser pai deve ser uma prerrogativa mais da razão do que do coração. Será que estou errado? Estou falando da decisão, pois tomada a decisão devemos voltar a um bom equilíbrio entre os sentimentos e o nosso lado racional.

      Abração

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  3. Eu tenho vontade de ser pai, mas no momento não é tão forte assim. Também penso como você em relação a origem do filho, preferiria adotar. Acho que todo casal que não pudesse ter filhos deveria fazer o mesmo, porque é triste ver crianças sendo criadas em orfanatos.
    Pelo menos a vontade ficou em você não é? Espero que consiga concretizar no futuro esse fato. Mas pode ter certeza que meu tio você já é hehehe! abraços!

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    1. Você é muito novo, meu querido! Com o passar do tempo, depois que encontrar o seu amor, aí sim você poderá pensar nisso. E sobre o “tio”... eu ia falar uma coisa, mas por essa data tão linda e festiva (rsrsrsrs), em homenagem aos pais eu declino de falar. E se você tiver um pouquinho de imaginação já saberá o que seria, né! (rsrs)

      Abração

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  4. Pois então...aqui estou eu....rsrsrsrs
    Não estava conseguindo acessar seu blog, só o perfil do Google + e nem sei usar, deixei uma resposta a um comentário seu no meu post mas acho que você não viu e uma amiga me enviou o link...rs
    Eu nunca tive vontade de ser pai...o motivo não sei responder; Meu pai sempre foi muito ausente quando ainda habitava este plano, mas acredito que não é este o motivo ou um dos motivos!
    Mas esta responsabilidade é algo muito sério e uma das mais belas e nobres missões nesta vida! Você vai criar, educar um ser pequeno totalmente dependente de você, aparar as arestas, moldar o caráter (ensinar)...é algo maravilhoso! Siga sempre seu coração, ele conduz ao caminho certo e na hora certa!
    Grande abraço

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    1. Uia! Quem me achou! (rs) Como assim? Uma “amiga” te passou o meu link? Fiquei confuso agora! (rsrsrs)

      Você é mais um que parece acreditar que, nesse tipo de assunto, quem deve comandar é o coração. Bem, continuo achando que a “decisão” deve ser muito bem pensada e calculada pela razão. Ter um filho até que é fácil. O grande desafio é criar, educar, etc.

      Abração

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  5. Busque realizar aquilo que tem vontade, pense nos pontos positivos e vai fundo...
    Abraços!

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    1. Gente nova no pedaço! Seja bem vindo! Depois vou visitar o seu blog. Eu gosto de ler um pouco antes de me manifestar.

      Obrigado pela visita.

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  6. eu tenho vontade de ser pai tb, mas eu não consigo nem um namorado, quanto mais casar com alguém pra amadurecer algo assim não é?
    tenho certeza que vc logo encontrará alguém novamente.

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    1. Se formos pensar pela lei das probabilidades (rs) é mais provável que você encontre alguém antes de mim, que, um dia, já encontrei. Mas, nesses assuntos, quem disse que essa lei se aplica, né! Apenas não deixe morrer essa vontade! No momento certo, quem sabe, você poderá realizá-la.

      Abração

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    2. querido, acho que a lei das probabilidades não funciona assim. vc que já teve um é que tem chance de encontrar de novo, afinal vc, digamos, "pode ter", kkkk. vc sabe o meu raciocínio não é, Adriano? Que se choveu hoje, é provável que chova de novo algum outro dia, ao contrário se em um lugar nunca choveu é improvável que amanhã venha, de repente, começar a chover, será que me faço entender? Eu acho que quem teve relacionamentos pode ter de novo, quem não consegue nenhum é provável que mantenha esse padrão.
      É estranho manter sonhos, vontades, que não posso realizar, me soa como sadomasoquismo...

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    3. Olha, essa sua interpretação só vale se o “fenômeno” é do tipo frequente. Se for assim, onde costuma chover sempre, a probabilidade é maior. Mas, nesse caso, falamos de fatos bem infrequentes, né! Encontrar o amor não acontece todo dia. Logo, quem encontrou uma vez, tem menos chances de encontrar novamente. Entendeu a lógica? (rs)

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    4. E é assim que funciona? vixi!

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  7. Ser pai é uma das minhas feridas abertas.... :(

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