Deve ser pelo cansaço. Ao menos espero que sim. Foi difícil chegar até aqui? Foi! Uma semana sem muito tempo pra respirar. Horas dos aeroportos, dos aviões... horas de entrada e saída de hotéis, horas de trabalho... horas de reuniões. Infindáveis! E foi assim que cheguei, 0 grau, neve, o inverno, senhor de tudo e de todos.
No meio da tarde, veio a ideia brilhante: sabe “aquele”
café?! Qual? Aquele... e nem era inverno, nem tinha neve e as pessoas sorriam
nas ruas. Eu sorria. Ele... Entrei. Era o mesmo café, adorável! Tudo parecia
mais aconchegante hoje. Acho que as pessoas não se importavam em doar seu
calor, compartilhar. Sentei lá num canto (eu e meus cantos...), absorvido por
tudo ao redor. O tempo passou? Cinco anos e parecia que, a qualquer momento,
ele voltaria a estar ali comigo. Era o cheiro dele, ou do café, bem forte, que
eu pedi?
Ao sair, a única questão que povoou minha mente foi: o que
vim fazer aqui? Mesmo agora, quando o cansaço é tanto que impede o sono de
chegar, essa pergunta está aqui, martelando incessantemente. Amanhã é domingo, pé
de cachimbo...