sábado, 1 de junho de 2013

“O acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído”

Tenho poucos amigos. E que, por serem amigos, sabem da minha história. Hoje eu saí com um deles, o Claudio. Nos conhecemos desde o tempo da faculdade e ele é um dos que acompanha, desde então, a minha vida. O papo rolou sobre o que ele considera ser uma visão “fatalista” (foi essa a palavra que ele usou) sobre as coisas e que ele acredita refletir as minhas posturas. Eu tentei mostrar que, muito pelo contrário, não acredito em destino, ao menos segundo essa concepção.

Creio que nossos movimentos pela vida são entremeados por acasos. Penso que, quer queiramos ou não, a nossa existência resume-se a uma sucessão de momentos como que “aprisionados” entre a massa que compõe nosso passado (e que ficou para trás) e a nuvem de possibilidades que temos pela frente. Pensando assim, decididamente, não há lugar para algo tão determinístico como um destino.

Os grandes fatos e as grandes mudanças de percurso que ocorreram em minha vida sempre surgiram como “centelhas do acaso”. Certamente que, como bom jogador no jogo da vida, me aproveito do lance ocasional para trabalhá-lo, dar-lhe consistência, engendrando todo um trajeto que o torne a “minha” realidade palpável. Em outras palavras, o acaso sempre foi meu amigo, pois é assim que o considerei. Ele não é (nem foi, até hoje) bom, ou mau, mas apenas uma chance (sempre diferente) para que eu pudesse, ou não, escolher.

Eu não sei se consegui convencer o meu amigo dessa minha convicção, pois logo ele veio com uma pergunta: por que eu não estou aberto para um novo amor? E quem disse que não estou? Apenas é muito difícil esquecer uma experiência tão forte quanto a que eu tive e, queira eu ou não, sempre existirá o fenômeno da “comparação” (isso é tema para outro post... bem complicado!).

Uma coisa eu garanto: continuo andando distraído...

6 comentários:

  1. bem, eu, sinceramente, acho que pelo que vc disse no post anterior que seu amigo está certo... e, assim, eu não tenho experiência nenhuma com relacionamentos e namoros e casamentos e etc, mas não acredito que vc vá qualquer dia que seja esquecer a experiência que vc viveu, ela vai ter sempre seu lugar, guardada junto com vc, a outra pessoa não vai surgir para ocupar o lugar que era do seu antigo companheiro, ela surgirá e terá seu próprio lugar. não acha que pode ser assim?

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    1. Oi, Foxx, que bom que você levantou esses pontos. Depois que reli o meu post, acho mesmo que ficou faltando alguma coisa. Vamos lá:
      a. Eu não vou nunca esquecer o meu amor, a relação tão forte e marcante que eu tive. E nem teria cabimento algum esforço meu em esquecer, muito pelo contrário. Mas, uma coisa é viver de luto... outra é saber que, como tudo, no plano do real, aquela relação terminou.
      b. Também não creio que possa existir alguém que venha a ocupar o lugar dele. Quando eu digo que o amor verdadeiro é único, é sempre no sentido que não existem dois amores iguais. Hoje, da minha perspectiva (e é aí que meu amigo me chama de fatalista) não acho que seja muito provável que mesmo “outro” amor possa surgir.
      c. Apesar disso, não posso, como disse nesse post, fechar os meus olhos para meu “amigo acaso”, não sei se você entende? E é justamente por não fechar meus olhos que eu tenho a chance de conhecer pessoas, de vivenciar novas situações, etc. Será que estou sendo contraditório?
      Abraços.

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    2. Sim, o senhor está sendo contraditório. Mas somos todos não é? Mas acho que vc não viu onde eu enxergo uma contradição. Você fala que o amor verdadeiro é único, que não existem 2 iguais, o que quer dizer que vc pode ter vários amores verdadeiros em uma existência, não é?
      Se vc acredita que possam existir vários amores verdadeiros na vida, pq vc não acha provável que outro amor possa surgir? Vejamos meu caso: eu não acredito que alguém possa vir a me amar pq eu NUNCA TIVE um amor verdadeiro que fosse, então se nunca tive, logo não terei no futuro; sua lógica é contraditória pq vc afirma que teve um amor verdadeiro, que é possível ter mais de um amor verdadeiro, mas você não terá outro amor verdadeiro; enquanto afirmam que eu sou pessimista pq sou lógico, vc tem sido apenas fatalista, como seu amigo te disse... e fatalismo sem nenhuma base é realmente muito chato.

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    3. Hum, deixa ver se está faltando uma palavra aqui: probabilidade. Eu não digo que não é possível que eu venha amar alguém no futuro, ou mesmo que esse amor não possa ser verdadeiro. Eu disse que, do meu ponto de vista, me parece “pouco provável” que isso aconteça. Será que ficou melhor assim? Talvez eu pense assim porque seria muita sorte (concorda comigo?) ter dois presentes desse tamanho da vida!!!

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  2. Qto tempo tem que tudo aconteceu???
    Desde entãot eve alguma relação "pertinente"?? Ou que tenha durado um tempo significativo???

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  3. Comparando com o texto anterior é mesmo contraditório... rsrsrs

    mesmo baixas probabilidades não são impossíveis por si só...

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