segunda-feira, 3 de junho de 2013

Resposta ao Gato (achei melhor escrever um post... rsrsrs)

Então, Gato, o mês passado completou 2 anos que ele morreu. Quanto às outras perguntas, eu preciso explicar alguma coisa. Entre nos conhecermos, começarmos o nosso relacionamento, até o seu final, foram mais de 10 anos. É bastante tempo! Apesar de que, pra mim, foi muito pouco. Nós nunca fomos de muita badalação. Durante a semana trabalhávamos muito, e de noite só tínhamos vontade de ficar juntinhos. Nos fins de semana, cinema, restaurante, compras, algumas vezes íamos à casa de amigos e... se não estávamos viajando, novamente de volta pro ninho. Entende?

Não estou querendo dizer que não haviam brigas, discussões (isso é normal), mas, éramos de tal forma “grudados”, com interesses, gostos, tão entrelaçados, que, de certa forma, nos bastávamos! O nome do meu blog é uma alusão a uma frase que ele sempre me dizia: “Somos uma ilha que não precisa de um continente!” Dá pra visualizar como era o nosso relacionamento? Olha, de tudo o que eu já vi por aí, eu fui um privilegiado pela vida ao poder ter experenciado uma coisa como essa!

Depois que ele se foi... os primeiros meses eu achei que ia morrer. Ficou um vazio tão enorme. Não foi apenas uma parte de mim que foi arrancada. A sensação é que eu tinha ido inteiro junto com ele. O que me salvou, por incrível que pareça, foi o meu lado profissional (que eu prezo muito). Depois de 1 ano, eu tentei (como ainda tento) começar a sair um pouco, até consigo. Conheci pessoas, com algumas teve o lance da “transa”, mas... não sei se consigo explicar. Depois, sempre vem uma sensação de vazio tão grande... enfim, começo a acreditar que o fato de eu transar com alguém, hoje, é o caminho mais curto pra eu me desinteressar pela pessoa. Será que to ficando neurótico? (rsrs)


Consegui responder sua pergunta? Ah, quando eu me olho no espelho não sou um cara que tenha baixa autoestima não! Eu até me acho bem ajeitado, inteirão, coisa e tal (rs). Melhor parar por aqui. Putz, escrevi isso no intervalo do café... outro dia escrevo mais...

9 comentários:

  1. Então vamos lá...
    rss

    Claro que respondeu, né??? Respondeu até além... rss

    Confesso ter um pouco de dificuldade de opinar, talvez em função da dificuldade que eu mesmo tenha com a morte. Possivelmente, no seu lugar, estaria anos luz atrás do que vc tá hj.
    Acho que a morte tem um peso, um silêncio, um vazio absurdo... Dois anos pode de fato não ser tanto tempo assim... Talvez seria muito tempo se desde então vc tivesse parado d evez no tempo, com trabalho, com a vida, com tudo.... Mas dois anos para que relacionamento ainda seja uma questão emblemática, acho mega natural. Afinal de contas, as pessoas de uma forma geral possuem problemas em se relacionar por motivos muito menos nobres...

    Dia desses um amigo reclamava que sempre as pessoas que se atraem por ele não o agrada e quem ele quer pra namorar não se interessa por ele. Se sente feio, acha que o motivo de não namorar é esse e blá blá blá... Cara com 29 anos n se relaciona por que não se sente tão alto, ou tão forte qto acharia ideal, sabe??? Por que não encontrou um cara com todos quesitos básicos no rótulo... Se nego não lida com isso o que dirá com o fato de ter vivido um amor, que foi separado pelo o abismo absurdo da morte.

    Do pouco que te conheço te acho coerente e um cara de bom senso, o que me faz crer que temos uma chance boa aqui de domar esse leão...

    E se conselho tem algum valor eu deixaria aqui como conselho que vc desligue essa necessidade humana (pq ela não é só sua) de ranquear as coisas... O melhor amigo, a melhor fase da vida, os melhores momentos, o maior amor...

    Não estamos tratando de um campeonato aqui, cada historia é única com seus nuances e singularidades...

    Eu, por exemplo, tive uma relação louca e destrutiva com meu ex, mas sem duvida muito passional e apaixonada. O meu casamento hj é uma outra vibe.. Se eu amei mais ou outro??? Não.. Claro que não.. Amo mais o atual??? N sei dizer.. Eram momentos diferentes, eu era uma pessoa diferente... Naquela época tava descobrindo o mundo, era meu primeiro namorado, ia pra São Paulo mensalmente encontra-lo e o conheci ao mesmo tempo que me apaixonava por São Paulo, pela arte que acessava, pelo mundo que se abria diante dos meus olhos.. O Gato de hj ocupa um outro papel numa relação... Não me vejo mais no papel anterior, n ficaria mais confortável nele.. Mas na época era um devaneio... Hj é outro...

    O convicção de que o grande amor da sua vida já passou, ainda que não seja declarada pra um pretendente, compromete sua entrega e a capacidade do outro se entregar a vc... Mesmo por que se houver ranqueamento quem tá chegando sai numa puta desvantagem, a gente sempre vai perder pra um amor que faleceu na sua melhor fase... Pra que entrar numa briga já perdida???
    Por que eu me entregaria a alguém que acredita que amor de verdade só existe um e já teve o seu??? Se eu não posso ser o amor de verdade dele por que ele seria o meu????

    Claro que vc pode amar de verdade de novo, querido... Amor não se gasta, muito pelo contrário... Tanta gente passa pela vida sem ter o que vc teve, como vc mesmo disse é um privilegiado... E o que vc viveu serviu pra, entre outras coisas, te dar a certeza de que é possível... Claro que é....

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    1. Sabe, Gato, você é um mestre das palavras certas! Voticonta! (rsrsrs) E, pode acreditar, eu sou um leitor atento, especialmente quando percebo que o outro tem o que dizer. Anotando aqui algumas pérolas sobre as quais irei meditar profundamente:

      a. “Não estamos tratando de um campeonato aqui, cada historia é única com seus nuances e singularidades...” Sobre essa minha mania (reconheço!) de classificar/quantificar pessoas, fatos, acontecimentos, etc. Revisando aqui...

      b. “Pra que entrar numa briga já perdida??? Por que eu me entregaria a alguém que acredita que amor de verdade só existe um e já teve o seu??? Se eu não posso ser o amor de verdade dele por que ele seria o meu???” De alguma maneira, eu já senti isso mesmo por parte de pessoas que eu tentei me aproximar. Um exemplo: no final do ano passado, eu conheci um carinha bem legal. Saímos umas duas vezes entre o natal e o fim de ano. Arrisquei passar o réveillon com ele... amigo, que desastre! Eu devo ter gasto umas boas horas contando pra ele, com detalhes, todos os réveillons que eu passei com... Dá pra imaginar a cena?

      c. “Claro que vc pode amar de verdade de novo, querido... Amor não se gasta, muito pelo contrário... “ Bem, espero ardentemente que você esteja certa nesse ponto. O grande problema é como eu faço pra acreditar nisso.

      Gato, obrigadão!

      PS: adoro a sua coautoria! (rsrsrs)

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  2. vergonha desses meus comentários maiores que os posts das pessoas, já vi que a ilha vai ser que o blog do Foxx que eu sou quase coautor... rsssss.. Espero que ele tb.. Super levaria pra vcs dois numa ilha deserta... Desde que não julguem minhas excentricidades, é claro!!!!

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  3. Réplica

    Ok.. é uma propaganda para escrota industria farmacêutica, mas a poesia é como um mantra pra mim....

    http://www.youtube.com/watch?v=G-um2CAd7jI

    "Falta paciência... As pessoas terminam os relacionamentos por que querem grandes excitações.. O amor requer paciência e um tempo filosófico pra vc se questionar"

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    1. “Não temer o outro, seja lá no que for, contar com o outro.”

      Eu não conhecia, Gato... muito lindo mesmo! Eu costumo dizer que o amor existe na exata medida em que o eu e o outro consigam existir na plenitude do nós. E isso apenas exige paciência e destemor.

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  4. ai gente, que texto forte...
    mas eu não vejo nenhum problema nele... sinceramente.
    olha, vc viveu uma vida totalmente voltada para o seu companheiro por 10 anos, vcs se bastavam, não é? ai essa pessoa que te bastava é retirada de vc e vc se surpreende por se sentir vazio? esse é o único sentimento que vc poderia sentir mesmo, o vazio, a saudade dele, o lugar que ele ocupava; e também não me surpreende em nada vc afirmar que ao encontrar uma pessoa, uma transa, após vc sinta o mesmo vazio, claro que vai sentir, pq não é a pessoa com quem vc ficou por 10 anos que te completava em niveis que essa pessoa com quem vc fez sexo não tem ainda a capacidade de sequer imaginar...
    porém a morte não é o fim de um relacionamento... quando um relacionamento acaba é pq ele estava desgastado, ele definha e o espaço do outro na sua vida vai se reduzindo conforme o relacionamento definha; mas com a morte as pessoas são arrancadas da sua companhia de forma abrupta; então esse vazio nunca será preenchido, ou melhor, será, com o tempo, mas não por outra pessoa, mas pela saudade. A saudade vai ocupar o lugar dele, e quando esse espaço estiver preenchido de saudade, se abrirá outra porta para mais um grande relacionamento.

    =)

    talvez vc pergunte quem é o Foxx pra dar algum conselho sobre relacionamento... eu aprendi muito por observar atentamente as pessoas, sabe, Adriano; sei que nunca tive algo que fosse remotamente parecido com o q vc teve, mas eu tb já tive queridos amigos que me foram arrancados pela morte.

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    1. Sabe, Foxx, eu não sinto tristeza, ou alguma coisa depressiva quando lembro dele. Saudade, sim, você tem razão. Algumas horas é uma saudade alegre (não sei se isso é possível), outras dá uma certa dor (não chega mais a ser dor física, como era nos primeiros meses depois que ele se foi). Embora eu não seja espiritualista, eu acredito que, se isso realmente existir, é essa presença/ausente dele que me dá conforto e não deixa que eu fique triste. Como eu disse pro Gato, eu gostaria de viver outra história... só não sei se é o momento, ou mesmo se será possível. Não tenho pressa.

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    2. Possível é, afinal já aconteceu uma vez... mas com certeza é algo que depende muito do tempo...

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  5. Ah, tá! Agora entendo a questão sombria do texto passado! Ela está imersa numa parte de uma ferida que ainda está relativamente "exposta"...

    Vive sem pressa, um momento de cada vez. Se permita sentir, seja dor, amor, amizade... O tempo e a vida vão seguir e talvez daqui a algum tempo, tudo esteja mais leve.

    Abraços!

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